Quase nove
anos depois da revelação do escândalo do mensalão, em 2005, o Supremo Tribunal
Federal (STF) concluiu, em março de 2014, o julgamento dos réus acusados de
envolvimento no esquema de compra de apoio político na Câmara pelo PT nos dois
primeiros anos do governo Lula. Os ministros dedicaram 69 sessões ao caso,
encerrado com a condenação de 24 dos 40 denunciados. Do grupo inicial, 38
tornaram-se réus e 13 foram absolvidos, dois foram excluídos do processo e um
teve o caso enviado à 1ª instância.
Em novembro de 2013, o STF determinou execução das penas
dos condenados. Inicialmente 25 tiveram a prisão decretada, mas um deles foi
absolvido meses depois, ao ter os recursos aceitos pela Corte. Dos 24
condenados, dezoito cumprem pena, entre eles o ex-ministro José Dirceu, o
ex-presidente do PT José Genoino e o delator do esquema, ex-deputado Roberto
Jefferson (PTB). O ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato,
que estava foragido, está preso na Itália.
Os primeiros doze mandados de prisão foram
expedidos no dia 15 de novembro. Genoino foi o primeiro a
se apresentar na sede da Polícia Federal em São Paulo e, com os
punhos fechados e o braço estendido, gritou "viva o PT". No
começo da noite, foi a vez do ex-ministro José Dirceu se apresentar. Sob os
gritos de "Dirceu guerreiro do povo" dos militantes que se
aglomeravam na frente da sede da PF, Dirceu também fez gesto com os punhos
cerrados.
Antes de chegar ao prédio, Dirceu ainda lembrou do mensalão mineiro, que envolve o ex-governador
de Minas Gerais Eduardo Azeredo (PSDB-MG). "A Justiça brasileira, na Ação
Penal 470, fez um julgamento totalmente excepcional. Nem no caso do mensalão
tucano eu quero que isso ocorra. Eu quero que haja Justiça que não houve no meu
caso." O caso mineiro, originado a partir de denúncias de irregularidades
na campanha à reeleição do tucano em 1998, ainda não tem data para ser julgado
pelo STF.
Os então
deputados Genoino, Valdemar Costa Neto, Pedro Henry e João Paulo Cunha
renunciaram ao mandato para evitar o processo de
cassação na Câmara.
Novo
julgamento. Em fevereiro
de 2014, ao julgar os chamados embargos infringentes – recursos nos crimes em
que réus receberam ao menos quatro votos pela absolvição –, os ministros do STF absolveram oito condenados do crime
de formação de quadrilha. Assim, Dirceu e Delúbio
deixaram de cumprir pena em regime fechado. Em março, João Paulo Cunha foi absolvido do crime de lavagem de dinheiro. A
nova composição da Corte foi considerada decisiva para a reversão das
condenações.
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